MEDITAÇÃO DA SEMANA

SERES DE LUZ


27 de novembro de 2011

                            A luz constitui um dos maiores mistérios do universo. Somente entendendo-a ao mesmo tempo como partícula material e como onda energética podemos ter uma compreensão mais ou menos adequada dela. Hoje sabemos que todos os seres vivos emitem luz, biofotons, a partir das células do DNA. 
Não é sem razão que a luz e o sol se tornaram símbolos poderosos de tudo o que é positivo e vital. Especialmente o sol irradiante é visto como o grande arquétipo do herói e do lutador que vence as trevas com os monstros que nelas eventualmente se escondem. Sua aparição a cada manhã não é uma repetição, mas toda vez uma novidade, pois é sempre diferente. É um teatro cósmico que começa da cappo, como se Deus dissesse ao sol a cada manhã: "Vamos, tente mais uma vez! Renove teu nascimento! Irradie tua luz em todas as direções e sobre todos". 
Na maioria dos povos havia o temor de que o sol talvez pudesse ser tragado pelas trevas e não voltasse mais a nascer e a iluminar a Terra e a cada um de nós. Criaram-se rituais e festas que celebravam a vitória do Sol sobre as trevas. Assim, havia a festa romana do Sol Invictus, do "Sol Invencível". Posteriormente, deu origem ao Natal cristão, a festa do nascimento do Deus encarnado, chamado de "o Sol da Justiça". As festas juninas com suas fogueiras têm por detrás a experiência do sol, pois se inaugura o solstício de inverno. 
Fazia-se e faz-se ainda hoje a impressionante experiência de que o Sol com seus raios de luz, nasce como uma criança. Na medida em que sobe no firmamento, vai crescendo como um adolescente até chegar à idade adulta ao meio-dia. Pela tarde vai definhando até ficar velho e morrer atrás da linha do horizonte. Mas, passada a noite, ele volta a nascer, limpo, brilhante, sorridente como uma criança. Como não celebrá-Io festivamente? Como não entendê-lo como sinal da Realidade originadora de todas as coisas. 
De fato, ele é uma imagem poderosa de Deus como o cantou São Francisco em seu "Cântico ao Irmão Sol". Nenhuma metáfora da divindade é mais poderosa que a da luz e a do Sol. A própria experiência da luz fez surgir a palavra Deus. Ela deriva de di em sânscrito que significa brilhar e iluminar. De di velo "dia" e "Deus", como expressão de uma experiência de luz e de iluminação. Como diz São João: "Deus é luz" (1 Jo 1,5). "Ele habita", no dizer de São Paulo "numa luz inacessível"(1 Tim.6.16). Jesus se auto apresenta como luz: "Eu, a luz, vim ao mundo para que todo aquele que crê não ande nas trevas" (Jo 12,46) O Verbo encarnado é "vida e luz dos homens", "luz verdadeira que ilumina todo o ser humano que vem a este mundo" (Jo 1.4.9). Por isso é com razão apresentado como "a luz do mundo" (Jo 9,5). Os que aderem a Cristo como luz devem viver "como filhos da luz" (Ef 5.8). E "os frutos da luz é tudo o que é bom, justo e verdadeiro" (Ef 5.9). Mais ainda: cada seguidor deve ser também "Iuz do mundo" (Mt 5.14). 
Nós todos somos seres de luz. Carregamos luz dentro de nós, no corpo, no coração e na mente. Especialmente a luz da mente nos permite compreender os processos da natureza e penetrar no íntimo das pessoas até no mistério luminoso de Deus.
                                                                                                 Leonardo Boff

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