MEDITAÇÃO DA SEMANA

BEM-AVENTURADOS OS POBRES

21 de junho de 2009

 

            Petronius disse que a Grécia nos deu a sabedoria, Roma nos deu a força e o cristianismo nos deu o amor. Ah, mas quanto estamos longe da Grécia e de Cristo! Desse último, estamos tão distantes que nos esquecemos de que não havia lugar para sua mãe na hospedaria e ele nasceu como um pobre, numa estrebaria e foi deitado numa manjedoura, lugar de alimento e ele é o Pão da Vida!

            Estamos tão distantes dele, que nos esquecemos de que ele disse: “O Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça, mas mesmo as raposas têm seus abrigos e as aves dos céus seus ninhos".

            Tanto nos apegamos aos modelos palacianos, que ignoramos que Cristo elogiou a João Batista, seu precursor que se vestia simplesmente, mas que preparou o caminho do Senhor, de quem este disse: ”Que saíste a ver no deserto? Sim, que saíste a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos palácios reais. Mas, para que saístes? Para ver um profeta? Sim, vos digo, e muito mais que profeta”.

            E sobre Cristo e sua profissão, o que diriam os ricos? Ele foi carpinteiro, que com suas mãos que lavraram a madeira tomou nossos filhos nos braços e disse: ”Não os impeçais de vir a mim, porque dos tais é o Reino dos Céus”. E quantos ignoram o que Paulo disse sobre Cristo, isto é, que “sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que por sua pobreza enriquecêsseis”. Deixou também o santo apóstolo o ensino de que Deus não chamou muitos sábios, nem muitos ricos, mas chamou as coisas que não são para confundir as que são, para que diante dEle ninguém se glorie. E de si mesmo o maior apóstolo dos gentios disse que vivia “como nada tendo, mas possuindo tudo”.

            E o que dizer dos contrastes entre as bem-aventuranças e os “ais” no Evangelho de Lucas? Recomendo aos ricos que os leiam. E o que dizer ainda, sobre Paulo, que afirmou que “nada trouxemos para este mundo, e manifesto que é que dele nada levaremos"? E que acrescentou: “tendo sustento, e com que nos cobrir, estejamos contentes”?

            E no Apocalipse Jesus conforta os pobres da Igreja de Esmirna dizendo: “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza, mas tu és rico”. Contudo o mesmo Ungido de Deus adverte à Igreja de Laodicéia dizendo: “Dizes: estou rico e abastado, e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu”.

            E Paulo afirma ainda: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus que tudo nos proporciona ricamente”.

            Por tudo isso, num diálogo com a sabedoria, não só dos gregos, mas também dos romanos e judeus, bem como a força e a riqueza de Roma, Jesus tinha toda a razão ao dizer: “Bem-aventurados os pobres”.

            E face ao saber e à força, que até hoje nos impressionam, ele deixou o exemplo da virtude que é superior a ambas, o amor, a qual é registrada assim por Mateus: “Os cegos vêem, os coxos andam e aos pobres é anunciado o Reino de Deus. E bem-aventurado é aquele que em mim não se escandalizar”. Na realidade, esse texto contém uma redundância, pois a situação dessas pessoas era de extrema pobreza, de tal forma que os termos cego, coxo e pobre eram socialmente sinônimos no contexto da Palestina. E não nos escandalizemos: foi para estes que Jesus veio.

            Hoje, porém, como nos tempos de Jesus, há pessoas que ainda se escandalizam, não só com o amor de Deus pelos pobres, mas com a própria pobreza e com a pessoa do pobre. Porém, todos somos pobres. E parafraseando Paulo, podemos afirmar: - Foste salvo sendo pobre? És rico do Senhor. – Foste salvo sendo rico? És pobre do Senhor. De tal forma que, diante de Deus, assim como “não pode haver judeu nem grego, nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”, assim também ambos, pobre e rico, são um diante dele!

        (Escrevi este texto depois que, numa escola cristã, uma criança disse à outra: - Você é pobre!)

 

            Rev. Isaar Soares de Carvalho


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